PORTINARI E MARIE CURIE FORAM VÍTIMAS DE DOENÇAS OCUPACIONAIS

Qual seria a semelhança entre uma obra de arte que tem como nome “Os retirantes”, pintada em 1944 e a invenção da radioterapia na década de 10?

Vendo sob esse ponto de vista provavelmente não teria nada em comum, mas se analisarmos as condições de trabalho para a criação dessas obras e as causas dos óbitos dos inventores desses feitos encontraremos uma analogia mais acentuada além de sucesso artístico e científico. Tanto o pintor Cândido Portinari, quanto a médica Marie Curie, além de uma grande contribuição humanística, nos deixaram outra significativa lembrança que não é nem um pouco saudosa, mas é de suma importância que seja conhecida por todos para a melhoria da qualidade de vida ocupacional.

Até a década de 50 os pigmentos das tintas utilizadas pelos pintores de tela eram à base de chumbo, que é um metal pesado capaz de causar danos irreversíveis à saúde humana e ao meio ambiente. A exposição por muitos anos a esse metal pesado causou saturnismo em Portinari. Desde a.C os gregos tinham o hábito de fazer comparação entre os astros e os metais e no caso do chumbo, por sua aparência cinzenta, era comparado ao planeta Saturno, daí o nome saturnismo para aqueles que se contaminavam com esse metal. As vitórias de Marie Curie tiveram um preço alto. Desde o início das manipulações de elementos radioativos as características agressivas dessas fontes ficaram evidentes, principalmente pelas queimaduras que vitimaram não só os Curies, como também o próprio Becquerel. Só que as conseqüências da exposição à radioatividade acima de limites toleráveis pelo corpo humano estavam além de queimaduras.
Fonte: Roberto Cézar Moisés Maurício

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